Junho de 2015 é data limite para migração digital dos meios de comunicação televisivos. Moçambique só este ano é que começou a preparar o terreno para acolher esta nova tecnologia, quando noutros países, mais desenvolvidos, iniciaram há anos e alguns já terminaram. Quando há censo eleitoral, políticos reclamam o facto de as pessoas deixarem o recenseamento para último dia, mas a experiência mostra que herdamos dos nossos representantes. O Ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, disse, quarta-feira passada, no programa Grande Entrevista da STV, que o Governo está a fazer de tudo para que a migração seja um sucesso, e que se cumpra com os prazos, mas várias individualidades, abalizadas na matéria, continuam cépticas quanto ao sucesso da migração digital. O docente Universitário, João Miguel, que lançou recentemente a obra “ Economia Politica da Televisão Moçambicana” diz não acreditar numa migração com sucessos porque se na actual plataforma temos zonas que não conseguem ter sinal, isso pode reflectir-se mais na situação actual em que pautar pelo digital é uma imposição. Outra questão que o académico aponta é a falta de informação, pois há pessoas que compram, actualmente, televisores plasmas pensando que já estão preparadas para receber sinal digital, quando na realidade vão precisar de conversores após a transição. Ligado à recepção do sinal digital, Miguel diz não aceitar a ideia defendida pelo Governo, segundo a qual não haverá apagão no processo de transição, e socorre-se dando exemplos de países mais desenvolvidos que o nosso, que já iniciaram há tempo, como é o caso de Portugal, que durante o processo da digitalização houve apagão em algumas zonas, condicionando o acesso à informação. O Jornalista e Director Executivo da Associação Sekelekane, Tomás Vieira Mário, diz ser pessimista em relação à migração digital, pois não acredita que até Junho de 2015 o país esteja tecnologicamente preparado para transitar. “Eu estou pessimista sobre o processo porque duvido que até essa altura estejamos em condições de tecnologicamente emigrar para o digital sem criarmos graves problemas de comunicação”, referiu Vieira Mário, para quem o papel …