O processo de migração digital em Moçambique está na sua fase final. Fase final, porque pelo menos em 2015, o sinal de televisão deixará de ser analógico para ser digital, com todos os benefícios inerentes.
Mas esta bonança não vem sem algumas precondições. Há já cinco anos que se sabe que daqui a uns meses haverá esta migração.
As rádios estas serão mais graduais. Mas para a televisão, que se está a tornar no meio de informação e comunicação mais poderoso, a frente das plataformas das redes sociais por enquanto, o tempo parece nos lançar para a escuridão.
Coisas estranhas acontecem num país cujo Estado deveria já ter tornado este assunto uma prioridade de governação senão vejamos:
• Os televisores baratos, analógicos ainda estão sendo importados e vendidos a preços de até 1500 meticias sem que nenhuma entidade chame atenção a precaução dos consumidores
• O Banco Mundial diz que irá subsidiar os conversores nas zoinas urbanas bem como o Estado cujo preço se situará a 2000 meticais ou pouco menos. Mas eles ainda não estão a venda em nenhum local muito menos notícia sobre eles
• O mais gritante ainda, a população continua no seu mais remoto sono, desconhecendo tudo, como se nada estivesse a espreita
O que vai acontecer no dia 17 e subsequentes será simplesmente o rápido regresso ao paleolítico. Mas isto acontecerá não sem uma dose de consequências políticas e sociais.
O governo deve junto das entidades responsáveis desdobrar-se arduamente em campanhas de informação pública, enquanto estes estiverem ainda operacionais e os receptores ainda úteis, para veicular mensagens de sensibilização. Paralelamente os direitos do consumidor devem ser salvaguardados através da informação e sensibilização dos vendedores de aparelhos receptores por forma a informar os compradores dos riscos e das consequências da migração digital e formas de mitiga-los a tempo, seja através da compra de aparelhos compatíveis seja procurando pelos conversores.