Elisa Chongo, 40 anos de idade, é comerciante no Mercado Grossista do Zimpeto, tem cinco filhos mas diz que pretendia ter apenas quatro dai que em 2016 aderiu ao planeamento familiar e escolheu o implante para se prevenir da gravidez, dias depois da colocação do implante teve uma pequena hemorragia, o que não constituiu nenhum problema pois já tinha sido avisada sobre os efeitos colaterais daquele método contraceptivo. Passados noventa dias, descobre gravidez de um mês ou seja, o método falhou foi por isso que fora dos seus planos teve o quinto filho.
“Passei a não confiar nos métodos contraceptivos, actualmente estou a usar a injecção mas não estou muito segura” afirma Elisa
Outra mulher que mostrou insatisfação com os métodos contraceptivos, é uma jovem estudante de 26 anos, que prefere não ser identificada mas vamos chama-la de Lídia. Ela conta que há dois anos usava implante mas devido a emagrecimento e hemorragia constante preferiu substituir o método pela injecção.
” Um mês depois de tomar a injecção tive hemorragia, voltei ao posto de saúde onde deram medicação para estancar, mas virou algo constante, talvez porque dizem por ai que a injecção e o implante tem mesmos efeitos colaterais então acredito que os dois métodos não me caiam bem.”
A próxima injecção da Lídia foi marcada para Agosto mas não pretende voltar porque teme que as constantes perdas de sangue lhe provoquem anemia.
Elisa e Lídia fazem parte de um grande grupo de mulheres insatisfeitas com os efeitos colaterais de alguns contraceptivos e optaram em desistir dos métodos.
De acordo com Joelma Picardo, pesquisadora do Centro Internacional de Saúde Reprodutiva (ICRH), todos os métodos contraceptivos tem efeitos colaterais como qualquer tipo de medicamento, uns são mais visíveis e outros não. Portanto, o que deve ser enfatizado é que toda e qualquer mulher que queira aderir aos métodos deve ter informação sobre os benefícios e seus efeitos colaterais, que podem ser sangramento, emagrecimento, excesso de peso entre outros, para que caso aconteça não seja uma surpresa.
“Algumas mulheres ouvem rumores de pessoas conhecidas que tiveram experiências negativas com alguns métodos contraceptivos e quando e assim, elas desistem do método. O que se quer é que o Serviço Nacional de Saúde e as enfermeiras em particular expliquem que com medicação é possível corrigir esses efeitos adversos e sensibilizar a mulher a continuar a usar o método porque os benefícios são maiores que os prejuízos então é preciso sempre contrabalançar” concluiu a pesquiadora do ICRH.